terça-feira, 22 de novembro de 2016

Cortadores de cana de açúcar vivem trabalho escravo

Descrição para cegos: foto de um trabalhador no canavial, curvado, segurando um facão com a mão direita erguida enquanto com a esquerda segura uma cana par cortá-la.  Veste camisa que cobre seus braços, calça comprida com bota de borracha e boné de onde sai um pano que lhe cobre a nuca..
Por Annaline Araújo

Mesmo com a mecanização do corte da cana de açúcar, a exploração dos trabalhadores nesse setor continua. Eles sofrem com a jornada exaustiva e a má remuneração, pois não tem um valor fixo. Dependem da produção e a meta diária estabelecida, o que varia e é calculada em toneladas.
“O trabalho no corte de cana-de-açúcar é, reconhecidamente, um dos mais árduos do meio rural brasileiro. Assim, hoje, o ritmo imposto aos trabalhadores é de competição com as máquinas, já que uma colheitadeira realiza o trabalho de 80 a 100 pessoas. Excesso de horas extras é um dos problemas mais comuns nas lavouras do país”, explica o site Escravo Nem Pensar, que atua na denúncia contra o trabalho escravo no país.


Na falta de uma remuneração fixa, com o ganho dependendo unicamente da média diária e da produtividade, o desgaste físico do trabalhador é muito grande, tornando-o suscetível a inúmeras doenças, tanto ocupacionais quanto as resultantes do ambiente insalubre.
“As mortes são o desfecho da exaustão causada pelo trabalho excessivo exigido pelo sistema de pagamento por produção. Antes de matar, o sistema provocou problemas respiratórios, musculares, sérias lesões nas articulações pelo esforço repetitivo, entre outros”, descreve o pesquisador Francisco Alves, da Universidade Federal de São Carlos-SP, em matéria publicada no site Rede Brasil Atual.

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