Por Annaline Araújo
Mesmo
com a mecanização do corte da cana de açúcar, a exploração dos trabalhadores nesse
setor continua. Eles sofrem com a jornada exaustiva e a má remuneração, pois
não tem um valor fixo. Dependem da produção e a meta diária estabelecida, o que
varia e é calculada em toneladas.
“O trabalho no corte de cana-de-açúcar é,
reconhecidamente, um dos mais árduos do meio rural brasileiro. Assim, hoje, o
ritmo imposto aos trabalhadores é de competição com as máquinas, já que uma
colheitadeira realiza o trabalho de 80 a 100 pessoas. Excesso de horas extras é
um dos problemas mais comuns nas lavouras do país”, explica o site Escravo Nem Pensar,
que atua na denúncia contra o trabalho escravo no país.
Na falta de uma remuneração fixa, com o ganho dependendo unicamente da média diária e da produtividade, o desgaste físico do trabalhador é muito grande, tornando-o suscetível a inúmeras doenças, tanto ocupacionais quanto as resultantes do ambiente insalubre.
“As
mortes são o desfecho da exaustão causada pelo trabalho excessivo exigido pelo
sistema de pagamento por produção. Antes de matar, o sistema provocou problemas
respiratórios, musculares, sérias lesões nas articulações pelo esforço
repetitivo, entre outros”, descreve o pesquisador Francisco Alves, da
Universidade Federal de São Carlos-SP, em matéria publicada no site Rede Brasil Atual.
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