domingo, 30 de abril de 2017

Trabalho e saúde mental

Descrição para cegos: Mão feminina no chão, segurando comprimidos e com outros em volta.

Por Amanda Rodrigues

Há uma imensidão de trabalhos científicos que confirmam a influência das condições de trabalho na saúde em geral, principalmente na saúde mental. A falta de respeito por regras básicas de quem trabalha, para além do sofrimento pessoal, faz despender custos elevados.
Uma categoria que tem apresentado alta incidência de problemas relacionados à saúde mental, assumindo à frente na denuncia dos impactos do trabalho sobre a vida psíquica, é a dos bancários. A situação dessa categoria se agrava a cada ano, em função do aumento do assédio moral e de outras formas de pressão psicológica sobre os funcionários, para que as metas impostas pelos bancos, cada vez mais abusivas, sejam atingidas.

Somente em 2013, mais de 18 mil bancários foram afastados, de acordo com dados do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), em todo o país. Do total de auxílios-doença concedidos pelo INSS, 52,7% tiveram como causas principais os transtornos mentais e as doenças do sistema nervoso. Isso significa dizer que, de cada dez bancários doentes, cinco são por depressão.
Embora haja uma resistência do INSS em reconhecer a relação entre as doenças psicológicas apresentadas pelos bancários e o trabalho no banco, uma doença, em especial, têm tido fácil vinculação com o ambiente em questão: a Síndrome de Burnout. 
Quando se trata da Síndrome de Burnout, a melhor explicação para tal é o esgotamento físico e mental causado por excesso de trabalho ou por estresse decorrente da atividade profissional. Trata-se do nível mais devastador do estresse. Sua principal característica é o estado de tensão emocional e estresse crônico, provocados por condições de trabalho físicas, emocionais e psicológicas desgastantes.
Estudos comprovam que, tratar as pessoas com dignidade, traz ganhos consideráveis na saúde dos cidadãos e poupança em gastos com a mesma. Horários de trabalho com hora de entrada e sem hora de saída e sem qualquer remuneração ou compensação extra, trabalho por turnos completamente desajustados e incompatíveis com uma vida social e familiar normal, trabalho noturno em quem não tem saúde para tal, coação psíquica e moral no local de trabalho, etc., são alguns dos múltiplos exemplos do nosso dia-a-dia que provocam marcados estragos e consequentes doenças psicológicas e físicas, como mostra o caso acima da categoria dos bancários.

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