Por Lucas Adriel
Pesquisa realizada pela
Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) constatou que as
mulheres são mais afetadas pelo desemprego na comparação com os homens no
Brasil e nos demais países latino-americanos e caribenhos. A pesquisa mostrou
ainda que o desemprego total entre os brasileiros ficou em 11,8% no terceiro
trimestre de 2016. Desse montante, 14% são de mulheres e 11%, homens.
A mesma pesquisa
ainda mostra que 78,1% das mulheres que estão empregadas trabalham em setores
de baixa produtividade e, dessa maneira, recebem as piores remunerações e baixa
cobertura previdenciária. Para a Secretária-Executiva da Cepal, Alicia Bárcena,
os fatores estruturais que conservam a divisão sexual representam um obstáculo
para a superação da pobreza e da desigualdade, assim como para a conquista da
autonomia econômica das mulheres.
Outro estudo do Instituto de
Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mostra a segregação existente entre as
mulheres. Enquanto mulheres brancas ganham 75% da renda de um homem branco,
mulheres negras ganham apenas 40%. Essa diferença gritante dentro do próprio
gênero é um reflexo da construção social vinculada à raça, já que quando as
mulheres brancas foram ao mercado de trabalho as mulheres negras oriundas da
periferia assumiram atividades domésticas.
O término dessa
desigualdade está longe do fim. A última pesquisa publicada pelo Fórum Econômico
Mundial, no ano passado, revelou que os avanços para diminuir a disparidade
salarial entre homens e mulheres e aumentar a participação feminina no mercado
de trabalho desacelerou e que, por este motivo, a
igualdade de gênero só será alcançada em 2186. Daqui a 169 anos.
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