quinta-feira, 8 de junho de 2017

Mulher e desemprego na América Latina

Descrição para cegos: em primeiro plano, uma mão feminina segurando carteira de trabalho, ficha de atendimento e celular. Em segundo plano, uma mulher e alguns homens aguardam atendimento. (foto: agência Brasil)
Por Lucas Adriel

Pesquisa realizada pela Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) constatou que as mulheres são mais afetadas pelo desemprego na comparação com os homens no Brasil e nos demais países latino-americanos e caribenhos. A pesquisa mostrou ainda que o desemprego total entre os brasileiros ficou em 11,8% no terceiro trimestre de 2016. Desse montante, 14% são de mulheres e 11%, homens.
A mesma pesquisa ainda mostra que 78,1% das mulheres que estão empregadas trabalham em setores de baixa produtividade e, dessa maneira, recebem as piores remunerações e baixa cobertura previdenciária. Para a Secretária-Executiva da Cepal, Alicia Bárcena, os fatores estruturais que conservam a divisão sexual representam um obstáculo para a superação da pobreza e da desigualdade, assim como para a conquista da autonomia econômica das mulheres.

Outro estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mostra a segregação existente entre as mulheres. Enquanto mulheres brancas ganham 75% da renda de um homem branco, mulheres negras ganham apenas 40%. Essa diferença gritante dentro do próprio gênero é um reflexo da construção social vinculada à raça, já que quando as mulheres brancas foram ao mercado de trabalho as mulheres negras oriundas da periferia assumiram atividades domésticas.
O término dessa desigualdade está longe do fim. A última pesquisa publicada pelo Fórum Econômico Mundial, no ano passado, revelou que os avanços para diminuir a disparidade salarial entre homens e mulheres e aumentar a participação feminina no mercado de trabalho desacelerou e que, por este motivo, a igualdade de gênero só será alcançada em 2186. Daqui a 169 anos.

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