Descrição para cegos: Três trabalhadores em um canavial cortando a cana de açúcar durante o dia |
As condições de trabalho são fatores
que podem prejudicar ou não o trabalhador. As circunstâncias ambientais nos
canaviais nem sempre são boas. Os contratados para a plantação da cana de
açúcar e para coleta da safra se expõem sobremaneira aos malefícios dessa
operação trabalhista. Mestrando em Psicologia pela Universidade de São Paulo
(USP), motivado pelas condições circunstanciais a que se expõem os canavieiros,
realizou estudos observando os riscos à saúde (psicológico e físico) desses
trabalhadores.
A exploração da mão de obra é evidente
nesse âmbito laborativo. Um dos trabalhadores entrevistados afirmou que os
empregadores têm preferência pelos candidatos mais jovens, pois, para manter-se
empregados, os cortadores precisam cortar 10 toneladas de cana por dia. Ligado
a esta rotina de trabalho desgastante e exploratória, a baixa qualidade da
alimentação, combinados à ausência de familiares e amigos, acaba degradando a saúde.
De acordo com a professora de
Psicologia e Educação da USP, Vera Navarro, mesmo com cerca de 50% da colheita
da cana mecanizada, o trabalhador ainda fica com a pior área: onde a máquina
não entra.
Diante dessa lógica de produção em que o respeito à dignidade humana
desce
pelo ralo ,
a exaustão física se torna uma forma de garantir um melhor salário,
tendo em vista que os rendimentos mensais estão ligados à superprodução. Ainda
segundo Navarro, um canavieiro, para ter um rendimento em torno de 1.500,00
reais, necessita cortar de 18 a 20 toneladas de cana de açúcar por dia. Embora seja
um rendimento agradável para os canavieiros, não supera os danos causados à
saúde. (Irley David)
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