terça-feira, 12 de agosto de 2014

Trabalho degradante nos canaviais


Descrição para cegos: Três trabalhadores em um canavial cortando a cana de açúcar durante o dia

As condições de trabalho são fatores que podem prejudicar ou não o trabalhador. As circunstâncias ambientais nos canaviais nem sempre são boas. Os contratados para a plantação da cana de açúcar e para coleta da safra se expõem sobremaneira aos malefícios dessa operação trabalhista. Mestrando em Psicologia pela Universidade de São Paulo (USP), motivado pelas condições circunstanciais a que se expõem os canavieiros, realizou estudos observando os riscos à saúde (psicológico e físico) desses trabalhadores.
A exploração da mão de obra é evidente nesse âmbito laborativo. Um dos trabalhadores entrevistados afirmou que os empregadores têm preferência pelos candidatos mais jovens, pois, para manter-se empregados, os cortadores precisam cortar 10 toneladas de cana por dia. Ligado a esta rotina de trabalho desgastante e exploratória, a baixa qualidade da alimentação, combinados à ausência de familiares e amigos, acaba degradando a saúde. 
De acordo com a professora de Psicologia e Educação da USP, Vera Navarro, mesmo com cerca de 50% da colheita da cana mecanizada, o trabalhador ainda fica com a pior área: onde a máquina não entra. 
Diante dessa lógica de produção em que o respeito à dignidade humana desce pelo ralo , a exaustão física se torna uma forma de garantir um melhor salário, tendo em vista que os rendimentos mensais estão ligados à superprodução. Ainda segundo Navarro, um canavieiro, para ter um rendimento em torno de 1.500,00 reais, necessita cortar de 18 a 20 toneladas de cana de açúcar por dia. Embora seja um rendimento agradável para os canavieiros, não supera os danos causados à saúde. (Irley David)

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