A
indústria é quem mais vai contratar nessa modalidade, o setor de comércio, por
sua vez, demonstrou queda no número de vagas em relação ao ano passado
Descrição para cegos: Desenho de uma mão segurando uma
lupa de encontro a uma lista de candidatos
Por Lucas Macieira
Independentemente da
situação em que o país esteja passando, no fim do ano todos sabem que os
“empregos temporários” estarão lá para darem uma ajudinha no complemento da
renda, ou mesmo para socorrer os que estão sem ocupação neste período. A única
certeza é que, nos últimos anos, com a crise econômica e com o desemprego
chegando a atingir mais de 12 milhões de pessoas, a procura por essas vaguinhas
preciosas vem aumentando.
Segundo a Associação Brasileira de Trabalhos Temporários
(Asserttem), a estimativa para o ano de 2018 é que pelo menos 434 mil postos de
trabalho se abram no período de fim de ano, por causa da grande movimentação
das compras de natal e ano novo. O número de vagas cresceu em relação ao mesmo
período do ano passado, mas isso se deve pelo melhoramento do setor industrial
nesta estatística. O varejo, por sua vez, diminuiu as contratações temporárias
em quase 2% em relação ao ano passado.
A
administradora recém formada, Juliana Santos, 23, foi uma das pessoas
beneficiadas com esse período de contratações.
“Eu estava estagiando, mas quando
minha faculdade acabou fiquei parada por uns meses. Como nesse período sempre
aparece alguma coisa, fiquei atenta às oportunidades e consegui a vaga”,
disse. “Sem contar que, se a empresa
gostar de mim, ainda tem a possibilidade de eu ser contratada após o período
estipulado. Se não vier a acontecer, fico com a experiência para o meu
currículo. No fim das contas só tenho a ganhar”, concluiu.
Apesar de ser temporário, muitas empresas
efetivam alguns funcionários no fim do período de contrato. A estimativa da
Confederação Nacional de Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) para 2018 é
que a taxa de efetivação fique em torno de 19%, uma queda de 4% em relação ao
ano anterior.
Essa
modalidade de emprego é uma solução paliativa aos trabalhadores, pare que
consigam respirar em meio ao sufoco do desemprego. Ainda que neste período do
ano as estatísticas em relação ao tema trabalho melhorem, o fato é que daqui a
poucos meses as coisas voltam à situação de calamidade em que estamos vivendo.
Não
importa o que o “mercado”, essa entidade abstrata e poderosa que tem a opinião
considerada mais relevante que a dos palpáveis trabalhadores, diga. O emprego é
importante sim para os cidadãos, mas a estabilidade também entra nessa equação.
O trabalhador precisa ter seus direitos resguardados para viver com dignidade.