Nos
últimos anos a queda de produtividade do setor afetou milhões de trabalhadores
que perderam seus empregos e tiveram salários reduzidos
Descrição
para cegos: dois homens usando trajes de proteção e capacete dentro de uma
fábrica de canos
Por Lucas Macieira
O
Brasil vive uma crise profunda que teve seu marco inicial em 2013. A indústria,
um dos principais setores responsáveis pelo desenvolvimento econômico do país,
depois dos anos áureos de crescimento na era Lula, vem sofrendo bastante. A
consequência disso são os milhares de demissões nos últimos anos.
Em
2014, por exemplo, houve uma redução de 59 mil postos de trabalho, segundo
dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) daquele
período. Os anos seguintes também não foram fáceis. O recifense e técnico em
automação industrial, Gabriel Andrade, 33, foi um dos trabalhadores
prejudicados pela crise.
“Houveram muitas demissões e vários
amigos ficaram desempregados. Nunca eram uma pessoa ou outra, sempre haviam
demissões em grupos. Eu ficava com uma sensação ruim e pensando quando seria a
minha vez”, conta. O temor de Gabriel se concretizou em 2017,
quando foi mandado embora junto com outros colegas, mesmo atingindo todas as
suas metas, “sob a justificativa de redução
do quadro de empregados”.
“Após isso eu fiquei desempregado por
quatro meses e houveram alguns contatos, mas muitas empresas ofereciam um
salário bem mais baixo do que eu ganhava. Devido ao fato de ser pai, eu não
poderia ficar esperando muito e aceitei o emprego recebendo muito menos para
realizar o mesmo trabalho que fazia anteriormente”,
disse. Quando questionado se está percebendo uma melhora no mercado, o
técnico em automação se mostrou otimista.
“Agora apareceu uma oportunidade
melhor, estou voltando a receber o que eu era habituado a ganhar pela minha
capacidade de trabalho. Eu tenho visto outras empresas entrando em contato
comigo e outros colegas à procura de profissionais. Eu acredito que as coisas
vão melhorar um pouco”, concluiu.
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