Descrição para cegos: Larissa Maia colocando panfleto no parabrisa de um carro em ação
para imobiliária. Arquivo Pessoal
Luana Almeida
Larissa Maia estuda Jornalismo e desde 2016 concilia sua rotina com a panfletagem. A jovem já estagia na área de seu curso e que também já trabalhou de carteira assinada, não larga a informalidade devido a disponibilidade e o complemento a renda.
Eu consigo arcar com meus custos, mas para sustentar uma família, filhos caso eu tivesse, ficaria apertado.
- Como é a rotina de panfletagem?
- Você gosta do trabalho?
- Dá para se sustentar só com panfletagem?
- Como é a relação com as empresas?
LADO NEGATIVO
É um trabalho arriscado o de panfletagem, quem tá na rua fica exposto a tudo.
Tem muita gente educada, já ganhei chocolate, bombom. Mas também sofro muito machismo. A começar pela roupa: é sempre legging, que marca tudo e atrai mais os homens pra pegarem os panfletos. A gente tem que aceitar muito assédio calada para não sujar o nome da empresa que representamos.
NOVAS AMIZADES
Durante uma panfletagem no centro, um menino que pegou um panfleto comigo postou uma foto numa rede social falando que tinha se apaixonado por mim e isso chegou até minha chefe. Não aconteceu nada entre a gente mas meus amigos passaram uma semana falando sobre.
Também conheci uma família baiana numa ação, nos tornamos super amigos e pretendo visitá-los em dezembro quando for pra Salvador.
O TRABALHO INFORMAL NO BRASIL
Segundo dados da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua), divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a informalidade bateu recorde no país entre junho e setembro. Dos 92,6 milhões de brasileiros empregados, 43% desses trabalhadores, 39,7 milhões, não possuem carteira assinada. Em relação ao trimestre anterior, a informalidade cresceu 4,7% no país.
Além do mercado estar em baixa, um fator que contribui para o crescimento dessa modalidade de emprego é a reforma trabalhista, que permite contratar funcionários de forma intermitente.
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