Descrição para cegos: homem e mulher, com trajes
formais, sentados frente a frente disputando uma queda de braço
Por Lucas Macieira
Não
se pode pensar em um mundo desenvolvido com desigualdade. Essa talvez seja a
maior questão da contemporaneidade, sobretudo porque no universo do capitalismo
o desenvolvimento parece estar diretamente ligado a essa distinção. As
diferenças são muitas, vão desde o capital até à inclusão de grupos
historicamente marginalizados, como no caso das mulheres.
Desde
que nos entendemos por uma sociedade civilizada elas foram escanteadas,
proibidas de votar, consideradas menos e associadas quase que exclusivamente ao
trabalho doméstico. De lá até aqui muitos direitos foram conquistados, isso se
nota na gradativa evolução do número de mulheres no mercado de trabalho, mas
essa construção social patriarcal e absurda tem consequências até a atualidade.
Ainda há muitas coisas a serem feitas, especialmente no que diz respeito à
igualdade salarial. Para a estudante de jornalismo da UFPB e feminista,
Lillyane Rachel, 20, não há explicação racional que justifique tal diferença.
“Historicamente as mulheres sempre
foram inferiorizadas em todos os âmbitos da sociedade. Sempre foram restritas a
afazeres domésticos e graças a muita luta do movimento feminista, puderam
adquirir autonomia para poder trabalhar fora do lar. As mulheres não possuem
capacidade cognitiva ou intelectual inferior aos homens, é lamentável que no
meio profissional elas ainda precisem comprovar isso através de ações apenas
porque são mulheres e que no século XXI ainda seja necessário reforçar o quão
injusto é a desigualdade salarial. Não há explicação plausível ou racional para
justificar a ausência de igualdade salarial entre homens e mulheres”, disse
a estudante.
Em
agosto deste ano foi publicada a 57° pesquisa salarial da Catho (site de
classificados de empregos) onde se constatou que os homens continuam ganhando
mais em todos os níveis de escolaridade e em todas as áreas de atuação.
A
diferença é maior nos níveis mais altos de instrução. Mulheres com ensino
superior ganham em média 43% menos do que os homens na mesma condição. A
tendência também se repete nos cargos de chefia (direção/diretoria/gerência),
onde o gênero feminino recebe em média 32% a menos.
Quantos
aos setores do mercado, a maior diferença está na área jurídica e
turismo/hotelaria, com 52% e 46%, respectivamente. Agricultura, pecuária e
veterinária aparecem como os setores onde os salários das mulheres mais se
aproximam dos homens, recebendo 1,14% menos.
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